sábado, 1 de junho de 2013

Ressucitando


Todos os dias eu penso em escrever.
Todos os dias eu escrevo um pouco, mas nada vai para o papel, fica tudo aqui dentro de mim, quase para explodir.
Tem me faltado o estímulo certo e a vontade, muitas vezes...
Mas tenho tentado, me sinto sempre tentada a continuar...

Confesso que por vezes e vezes perdi o interesse em quase tudo.
E muitas vezes achei que tudo isso não era nada.

Hoje não vi aqui fazer poema ou poesia, vim apenas ressuscitar algo.
Depois que mudei de óculos, cortei o cabelo e perdi meu HD com fotos, escritos e vídeos de toda uma vida, algo se perdeu em mim e se perdeu de mim. Procuro nem pensar nisso todos os dias, mas dói, como dói. Quem já passou por isso sabe.
São vestígios de uma vida dependente da tecnologia.
Quisera eu voltar aos tempos de escritos e mais escritos em cadernos, agendas e papéis que eu espalhava por todos os lugares do meu quarto.
Mas o ritmo da vida não permite mais.
É tudo tão rápido, tudo tão na ponta do dedo, no toque que simplesmente não dá.
Ninguém tem tempo, sempre todos com pressa.
Inclusive eu.

Perdi muita coisa, várias coisas.
Mas a vida é isso: perdas e ganhos.
Aos poucos, tento voltar as coisas que sempre me preenchiam de um jeito único. Como escrever algo, por mais bobo que fosse ou ler um livro.
Falta agora ocupar os espaços vazios pelas imagens perdidas...
E para isso, felizmente o registro da memória ajuda.
Falta a matéria, mas o abstrato e o subjetivo ainda me compõem.

Então é isso.
Hoje é isso.
Aos poucos ressuscito.
Vou seguindo adiante.
Todos os dias penso mais um pouco e aos poucos vou (re)construindo o que deveria estar presente aqui, agora e depois.

Um comentário:

  1. É quase um pedaço da gente que se perde! " Logo nós, que nos julgávamos tão livres."

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